O episódio #14 do Rasgaí convidou o arquiteto-urbanista e demógrafo, Tiago Augusto da Cunha, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) para comentar as relações entre o programa “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) e os movimentos migratórios. Ele utilizou diversas bases de dados, incluindo o cadastro de empreendimentos do programa habitacional brasileiro para entender quais são possíveis conexões com as direções em que ocorrem as migrações. O MCMV induziu migrações ou reproduziu tendências pré-existentes no contexto do processo de urbanização brasileiro? Para entender essa relação, Tiago e os colegas analisaram os dados do que eles chamaram de região metropolitana ampliada de Belo Horizonte e eles identificaram que os empreendimentos imobiliários acabaram reproduzindo a lógica de periferização da população, reforçando as tendências já existentes de localizar empreendimentos habitacionais voltados à população de menor renda em regiões distantes dos centros urbanos consolidados.

Os resultados comentados neste episódio tiveram base em um artigo recém publicado na revista EURE (Revista Latinoamericana de Estudios Urbano Regionales). A revista é chilena e especializada em estudos urbanos e regionais e, desde 1971, publica trabalhos relacionados ao estudo do território em diversas dimensões a partir de uma abordagem interdisciplinar. O artigo “À sombra da periferização: possíveis diálogos entre o Programa “Minha Casa, Minha Vida” e a dinâmica migratória” contou com a autoria do Tiago e mais dois pesquisadores da UFV.

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