Os docentes do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN obtiveram aprovação do projeto “A resiliência no Semiárido Setentrional: população, território e desenvolvimento no contexto pós-pandemia” na Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 18/2021 – UNIVERSAL, um dos mais tradicionais editais de fomento à pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que teve os resultados divulgados ontem, dia 6/12. A proposta concorreu na Faixa B – Grupos Consolidados em parceria entre a UFRN (sede), a Fundação Joaquim Nabuco e a Universidade Federal do Sergipe. O objetivo do projeto será avançar na compreensão dos impactos da Covid-19 no acúmulo de condições desfavoráveis na população do semiárido setentrional. Trata-se região mais seca do semiárido brasileiro e compreende mais de 700 municípios. Será analisada a condição de vulnerabilidade nos indicadores sociodemográficos e a resiliência da população frente aos impactos diretos e indiretos da Covid-19 na região.

A pesquisa será desenvolvida a partir de quatro dimensões: 1) Mercado de trabalho e renda, 2) Movimentos Migratórios, 3) Educação, 4) Mortalidade e Saúde valendo-se da combinação de diversas fontes de dados oficiais e administrativos. A partir disso serão construídos conjuntos de indicadores e análises das tendências demográficas a fim de analisar a vulnerabilidade e a resiliência da população frente aos impactos sociais e econômicos gerais e específicos da pandemia da Covid-19. A resiliência é a capacidade que indivíduos ou grupos de se recompor ao seu estado original após o enfrentamento de crises e a partir dessa perspectiva é possível identificar aspectos importantes sobre o papel do Estado e das políticas de desenvolvimento regional no contexto pós-covid19.
Para o docente e coordenador da proposta, Ricardo Ojima, “entender os componentes demográfico e a sua dinâmica é fundamental para analisar o papel das políticas públicas. As interações entre as políticas de saúde (população idosa), educação (juventude e queda da natalidade), mobilidade (migrações e pendularidade) na região condicionam as características da vulnerabilidade e da capacidade de resposta e resiliência da população”. Esta proposta se soma a uma série de pesquisas sobre as quais os pesquisadores do PPGDem já vêm se debruçando há alguns anos nesse recorte regional e populacional. O projeto terá duração de três anos e se valerá da sinergia com o projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Resiliência no Semiárido Setentrional: uma análise das características populacionais e os efeitos diretos e indiretos da pandemia da Covid-19“ aprovado também em 2021 no Edital PDPG/Fapern/Capes sob a coordenação do docente do PPGDem, Marcos Gonzaga.