Nesse mês de março de 2021, os episódios do Rasgaí tratarão do tema: desigualdade de gênero em referência ao Dia Internacional da Mulher. Embora hoje as mulheres sejam maioria com acesso ao ensino superior no Brasil, o direito à educação formal é uma conquista relativamente recente. Os registros históricos datam do final do século 19 o ingresso das primeiras mulheres ao nível superior no Brasil, entretanto, ainda estava longe de ser um direito garantido. Foi só em meados de 1960 que começa a crescer a participação de mulheres no ensino superior. Até então, o avanço na educação formal foi reservado à formação no magistério. É interessante que fosse reservado dedicado às mulheres o espaço de ensinar crianças, mas que as mesmas não pudessem exercer outras ocupações. Se você ouviu os episódios #16 e #17 do Rasgaí, perceberá que isso tem grande relação com o fato de que o cuidado com crianças e idosos é culturalmente marcado como uma atividade feminina.
O acesso e uso de internet nos dias de hoje assume grande centralidade nas atividades cotidianas. Cada vez mais o uso de informações via tráfego de dados digitais passa a se configurar como um requisito básico para acessar serviços, informação e oportunidades. Desde os aplicativos de troca de mensagens, redes sociais e até os sistemas de cadastros bancários e de serviços públicos, o uso de internet cresce e tem se configurado como uma nova barreira tecnológica e educacional. Neste sentido, será que elas reproduzem as desigualdades de gênero? Quais são os desafios?
No episódio #18 do Rasgaí, conversamos com a docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR): a economista e demógrafa, Raquel Guimarães. Ela conversou conosco sobre o artigo recentemente publicado por ela e colegas na Revista de Desenvolvimento Econômico onde se discutiu o viés de gênero no acesso e na intensidade do uso de internet na população em idade ativa brasileira. Para acessar o artigo completo, você pode clicar AQUI. O contexto da pandemia da covid-19 destacou a dependência cada vez maior da nossa sociedade no uso de ferramentas digitais e, principalmente, o acesso à internet. Desde o acesso aos aplicativos de celular para cadastro para acesso ao auxílio emergencial até o uso de internet para acesso à disponibilidade de vagas de emprego, o letramento digital é uma habilidade imprescindível nos dias de hoje. A pesquisa desenvolvida pela Raquel e colegas identificou que mulheres e homens não apresentam diferenciais significativos no acesso à internet. Entretanto, a intensidade do uso sim possui diferenciais importantes. Homens apresentam maior utilização da internet quando comparado com as mulheres, reproduzindo as desigualdades de acesso à informação. Além disso, reproduz-se a desigualdade do uso do tempo das mulheres e homens, como vimos nos episódios anteriores dessa série especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher.
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