Um importante característica na análise das migrações (internacionais ou internas) são as questões educacionais. E um dos termos usados nessa discussão é a “fuga de cérebros”. Leva em conta a divergência entre a capacidade de absorver mão de obra qualificada em uma região em detrimento de outra que a recebe. Ou seja, uma região forma pessoas qualificadas, mas perde essas pessoas para outra região. Isso faz com que a região receptora tenha um ganho médio na qualificação, sem que tenha feito grandes investimentos educacionais. E essa transfusão de pessoas acaba tendo efeitos importantes no desenvolvimento humano e regional. O impacto da migração, portanto, pode ocorrer mesmo que a diferença entre chegadas e saídas seja zero no saldo final.
Este episódio 2 da segunda temporada do Rasgaí é com a doutoranda em demografia na UFRN, Jaine Pereira. Ela apresenta resultados da sua dissertação de mestrado defendida em 2021 aqui no PPGDem. Ela analisou a qualificação educacional e a inserção laboral dos migrantes inter-regionais no mercado de trabalho brasileiro no período de 2005 e 2015. Entre outros aspectos, ela destaca que o cenário econômico do período analisado refletiu uma maior mobilidade de pessoas qualificadas pelo país. Mas que, apesar disso, o perfil educacional dos migrantes reproduz as desigualdades sociais da sociedade em geral.

Acesse a dissertação completa da Jaine no repositório da UFRN
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